VINHO PROIBIDO III

 

Fim de noite

Sobre a cama

Um corpo inquieto...

Na penumbra da saudade

O olhar ansioso é procura.

Em cada canto uma lembrança (sua)

O cheiro dos lençóis 

Tem a fragrância do seu corpo.

O vento que passa 

A carícia de suas  mãos.

O quarto está vivo.

Dentro dele só eu e a solidão.

A insônia atormenta ( não consigo dormir)

Levanto, ando sem rumo pelo quarto...

Em frente  a janela 

Deparo-me com lua a me olhar.

Lembranças suas invadem os pensamentos.

Na saudade de  você...

Viajo  a cada momento.

Sozinha.

Coloco para tocar nossa música preferida.

Em cada verso, um pouco de você.

Sinto vontade de morrer.

Meus olhos vagueiam

Perdem-se na amplidão da sua ausência.

Sinto vontade de beber.

Na embriaguez me aconchegar.

Encho a taça de vinho...

Tomo uma, duas, três taças.

Mesmo assim, a noite não termina.

As horas  não passam.

Tudo está frio dentro de mim.

Mais um taça de vinho, eu bebo com prazer.

Sinto-me embriagar pelo vinho

Aquecida pelo fogo do querer.

Perco-me na imaginação.

Fecho os olhos.

Imagino sentir suas mãos tocando meu corpo;

Ouço sua voz sussurrando palavras loucas;

Minha boca sente no vinho o seu sabor.

Seiva bruta que alimenta ...

O “falo” fala aos meus sentidos.

Faz meu corpo vibrar de emoção. ( na imaginação)

Abro os olhos...

A taça está vazia.

Encho-as novamente e bebo...

Estou sós, sozinha!

Na noite vazia estou carente...

Carente dos seus beijos.

Sedenta  dos seus desejos.

Ah, ansiedade que teima em me maltratar. (em segredo)

Mais uma vez encho a taça de vinho...

E bebo.

Vinho proibido...
De querer.

 

(Socorro Carvalho)

 

Esta é minha amiga poetisa. Uma brasileira que tem o dom da palavra.

Tudo ao seu redor é motivo de inspiração para seus lindos versos.

Eu e o Antonio, caprichamos na foto para compôr seu magnífico poema.

Parabéns, querida Help!!

publicado por RO ALMADA às 18:12